Qualquer momento pode ser um bom momento para aproveitar uma escapadinha a dois, de autocaravana ou campervan. Seja porque há uma data especial que merece ser comemorada, seja simplesmente porque é maravilhoso poder sair da rotina e descobrir novos lugares, trazendo a um simples fim-de-semana ou fim-de-semana prolongado uma nova aventura e novas experiências a serem criadas a dois.
O Algarve é sempre um excelente destino para descansar e repor os níveis de vitamina D. Mas, o Algarve, está longe de ser apenas a sua extensa costa de areias brancas e finas e águas transparentes.
Na verdade, no Algarve interior e barrocal algarvio, escondem-se verdadeiras surpresas, lugares onde reina a calma e onde facilmente somos transportados para um sentimento de tranquilidade e até verdadeiras viagens no tempo. A gastronomia local e os saberes de quem vive nestas localidades mágicas do Algarve interior, são os ingredientes especiais e essenciais para criar as tão desejadas memórias de uma escapadinha memorável.
As localidades que propomos de seguida, não só são acessíveis a autocaravanas e campervans, como proporcionam uma experiência rica em cultura e natureza no interior do Algarve.
Situada no município de Loulé, entre exatos 56 km de Lagos (Barlavento) e de Faro (Sotavento), esta vila é conhecida pela sua beleza natural e pelas suas fontes, onde existe inclusive uma piscina fluvial de águas cristalinas e frescas. Esta é uma vila pitoresca, que oferece um ambiente tranquilo. Tipicamente algarvia, caiada de branco, com as suas chaminés que sobressaem das casas, em ruas ladeadas de calçada, capaz de maravilhar quer os amantes de arquitetura quer os amantes da Natureza.
Em Alte, vale a pena visitar a Igreja de Nossa Senhora da Assunção, igreja Matriz, do século XIII, depois de descobrir as ruelas desta vila e a sua piscina natural onde é possível tomar banho nos dias mais quentes.
A Queda do Vigário, com cerca de 16 m de altura, merece uma visita, com as vistas para a Serra do Caldeirão antes de descobrir, lá em baixo, uma cascata acessível por passadiços recentemente criados para um melhor acesso. Nos restaurantes locais, vale a pena experimentar o bacalhau assado ou o cabrito no forno.
Silves é uma cidade que nos lembra os contos mágicos das 1001 Noites. Localizada no Barlavento algarvio, a cerca de 20 km de Portimão, é marcada pela sua influência árabe na arquitectura e nos jardins, pois Xilb ou Xelb, como era conhecida na altura, apenas foi conquistada definitivamente aos Mouros em 1242.
Uma caminhada em modo de passeio, a começar na Praça Al-Mutamid, na base do Castelo, seguindo junto ao rio Arade até à Ponte Romana, que só em 1950 passou a ser pedonal, é fortemente recomendada.
Naturalmente, a visita ao Castelo de Silves, onde cumprimentamos D. Sancho I à entrada, é uma visita imprescindível. Mas antes, a subida deve ser feita a pé e entrar na Sé merece igualmente a visita. Uma vez no Castelo, não há como negar que as vistas são de calma e deslumbre, aqui, onde o olhar desperta na Serra e repousa no mar, trazem a uma escapadinha nesta cidade a sensação de estarmos a viajar no tempo. Aqui, é também palco de uma das maiores Feiras Medievais, em Agosto.
Para os amantes da gastronomia local, as papas de milho (ou xerém) são recomendadas, assim como a Tarte de Alfarroba.
Entre Faro (a cerca de 40 km) e Vila Real de Santo de António (a cerca de 25 km) encontra-se Tavira - provavelmente a cidade do Algarve com mais igrejas, 21 no total.
Esta é, sem dúvida, uma cidade romântica, rica em história, um pouco interior e um pouco litoral, à qual vale a pena dedicar algum tempo para caminhar entre as suas ruas de paralelepípedos e descobrir recantos de arquitectura algarvia e mourisca, e o seu coreto.
Embora mais perto da costa, é uma cidade interior, banhada pelo Rio Gilão, o qual é possível atravessar de uma margem para a outra através da sua Ponte Romana, classificada como Imóvel de Interesse Público desde 1986.
De entre as várias igrejas de Tavira, a visita à Igreja de Santa Maria do Castelo deve fazer parte da lista de lugares a conhecer. Esta igreja é Monumento Nacional desde 1910 e terá sido construída no século XIII, para substituir uma mesquita ali existente, após a conquista da cidade aos mouros. Um outro monumento classificado em Tavira é o seu castelo, Monumento Nacional desde 2014, onde é possível aprender sobre a Lenda da Moura Encantada que chora nas noites de São João.
Tavira estende-se desde o interior até à costa algarvia, serpenteando pela Ria Formosa até chegar ao mar e aí, para os amantes de sol e praia, a Ilha de Tavira e a Praia do Barril, com o seu Cemitério de Âncoras, farão certamente as delícias daqueles que não dispensam respirar uma brisa do mar. Ali é recomendável uma caldeirada de peixe ou uma sandes de moreia frita.
Caldas de Monchique pertence ao município de Monchique, a cerca de 6 km da vila com o mesmo nome, e a cerca de 20 km de Portimão.
Esta vila termal e pitoresca, que parece nos transportar a um conto romântico de Eça de Queirós, é uma estância termal situada a 300 metros de altitude. Aqui é possível passear pelas suas ruas, apreciar as sombras frescas do centro da vila e caminhar pelos seus jardins até à Fonte dos Amores. As águas termais das Caldas de Monchique, cujas propriedades terapêuticas e relaxantes são conhecidas desde o Império Romano, são ricas em bicarbonato, flúor, sílica e sódio e provêm de oito nascentes, com uma temperatura entre os 27.ºC e os 31.5ºC.
Uma vez aqui, para um contacto ainda mais profundo com a Natureza, vale a pena caminhar um pouco até à Capela de Santa Teresa, mais conhecida como Capela ou Ermida das Caldas de Monchique, construída em 1940, onde se destaca uma decoração com painéis de azulejos do século XVIII, representando a vida daquela santa.
Após a caminhada pela Natureza ou quem sabe um tratamento nas termas das Caldas de Monchique, porque não um prato de feijão com arroz antecedido por uma tiborna quente?
Monchique é a vila localizada a maior altitude do Algarve, a cerca de 450m, na Serra com o mesmo nome. Aqui respira-se um ar puro: é a Natureza a pulsar dentro de nós - não há como visitar esta vila e não sair com os pulmões regenerados de um novo ar!
No centro da vila, com a sua calçada de granito, as vistas são panorâmicas a partir do Miradouro no parque São Sebastião, com vista para os quintais cultivados e para a piscina municipal que abre o apetite a um mergulho nos dias quentes. Ali perto, vale a pena a visita à nora que ainda se mantém em movimento.
Caminhando pelas ruas estreitas, é possível chegar até à Igreja Matriz e, para quem quiser continuar a caminhada a subir, a alguns passos é possível encontrar o Convento da Nossa Senhora do Desterro. Este é um antigo convento dos frades da Terceira Ordem Regular de São Francisco, fundado em 1631 e que ainda hoje mostra sinais da sua destruição após o sismo de 1755. Ainda assim, a visita às suas ruínas e ao que resta dos frescos vale a pena, pois as vistas daqui irão surpreender!
Visitar Monchique é sinónimo de visitar a Fóia, lá no topo da serra, e desfrutar do silêncio de uma vista de 360.º, de Portimão a Sagres, passando por Lagos, com a serra verde em redor, em dias de céu limpo. E ao descer, porque não aproveitar para lanchar uma fatia do famoso Bolo do Tacho, também conhecido por Bolo de Maio (por ser popular daquele mês), acompanhado de um cálice de Medronho ou de Melosa. Mas antes, nada como uma sandes de Presunto da serra!
Situada a apenas 13 km de Faro, Estói é uma pequena aldeia do Algarve interior, conhecida pelo seu palácio: o Palácio de Estói. Um palácio que nos lembra o Palácio de Queluz, embora mais modesto.
Passear pelas ruas desta aldeia e visitar o Palácio de Estói e os seus jardins é uma verdadeira viagem no tempo, a uma residência burguesa, pontuada pelos diferentes estilos de quem a habitou. Hoje, este edifício é uma Pousada de Portugal, Imóvel de Interesse Público do século XVII, sendo possível visitar as suas instalações, passear pelos jardins ou ter acesso ao restaurante, sem que ali se fique alojado.
Logo ali perto, vale a pena visitar a Vila Romana de Milreu e as suas ruínas, onde foi descoberto um volume considerável de achados arqueológicos e onde é possível encontrar mosaicos de temática relacionada com o mar.
E porque uma escapadinha merece uma boa refeição, sugerimos que experimente o Polvo à Lagareiro e a terminar uma Torta de Laranja ou um Dom Rodrigo.
Pensar em Aljezur e não pensar na influência árabe no Algarve é praticamente impossível, ou não fosse o próprio nome desta vila na Serra de Espinhaço de Cão.
Embora esta seja uma vila no interior algarvio, a sua proximidade da costa, sendo parte do Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina, traz-lhe um charme adicional. A apenas cerca de 40 km de Lagos, é aqui que começa a magia de um clima fresco, quase sempre enevoado pela manhã e solarengo à tarde.
Em Aljezur, existem várias trilhas que pedem para serem percorridas, entre caminhos ora planos ora em serra perfumada de eucaliptos. Mas para quem for amante de caminhadas mais curtas, mas não menos desafiantes, sugerimos a subida ao Castelo de Aljezur, a 88 m de altitude, este que é um dos castelos que fazem parte da bandeira nacional, por ter desempenhado um importante papel de defesa do Algarve. Dali, a vista é magnífica!
E uma vez em Aljezur, porque não provar uns Rojões de Porco com Batata Doce Frita, esta que é rainha desta zona, havendo inclusive o Festival da Batata Doce a merecer visita em Novembro. E após uma refeição deliciosa, fica o convite para um passeio pelas praias do Monte Clérigo e da Arrifana, onde, lá em baixo, as pedras cantam ao som do mar.
A cerca de 95 km de Faro encontramos Alcoutim. Aqui, o tempo passa devagar, mais devagar do que a velocidade das águas do Rio Guadiana que banham esta vila algarvia. Talvez seja da proximidade ao Alentejo ou talvez seja do desejo que muitos tiveram em tempos de alcançar a outra margem: do lado de lá é Espanha e em tempos praticou-se aqui o contrabando. Hoje, é possível fazer um cruzeiro no Guadiana e atravessar a margem até à aldeia espanhola de Sanlucar.
Aqui, a cada recanto se respira a Natureza. É possível caminhar até ao Castelo Velho de Alcoutim - não sobra muito do que podemos imaginar como um castelo, contudo vale a pena a caminhada, o contacto com a Natureza e os caminhos perfumados de rosmaninho para depois podermos apreciar a tranquilidade de uma vista panorâmica de 360.º para a serra algarvia e para o rio, lá em baixo.
Junto ao rio podemos ver a escultura “A Lontra”, do artista plástico Bordalo II, uma escultura feita a partir de lixo retirado do rio e uma alegoria à atividade do contrabando. Caminhando a partir daqui, pelas ruas estreitas e caiadas de branco, podemos chegar à Igreja Matriz de Vaqueiros, um templo quinhentista com o seu teto em madeira, que merece uma pausa para ser contemplado.
É recomendado experimentar o queijo de cabra de produtores locais e, para os amantes de peixe do rio, Ovas de Saboga ou Ensopado de Enguia.
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Maria L
Apaixonada por viagens, por descobrir novos destinos e culturas, estou sempre pronta para novas aventuras!
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